Diário de uma montagem – 01

Há algum tempo prometi publicar o passo a passo de uma montagem de forma mais detalhada, principalmente para servir de referencia para os iniciantes. Por diversas razões este projeto foi adiado. Mas chegou a hora. Hoje inicio uma série de postagens demonstrando a montagem de um Subaru Impreza.

 

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Fique a vontade para mandar suas perguntas.  E para facilitar a comunicação, estou estreando neste post a possibilidade de fazer comentários diretamente em cada publicação.

Então sem mais delongas, vamos começar.

Sempre que inicio uma montagem a primeira coisa que faço é buscar a história do carro que vou construir, acho extremamente útil saber como e onde aquele veículo se encaixa na história do automobilismo.

Em 1997 a FIA introduziu uma nova categoria no mundial de Rally, a World Rally Car. Essa nova categoria trouxe redução de custos e atraiu novos fabricantes (Hyunday) além de trazer de volta antigos competidores (Peugeot e Citröen). O Subaru Impreza WRX STI, foi então modificado para as especificações World Rally Car.

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A nova especificação permitia maiores modificações à versão de competição que as antigas regras, incluindo a largura do veículo, a geometria da suspensão, aerodinâmica, capacidade do intercooler e modificações no motor.

A Subaru alterou o carro de rua desenvolvendo o modelo “WRC97”, com um comando da válvulas, cilindros e câmara de combustão modificados. A largura do veículo aumentou para 1.770 mm com uma suspensão revisada e aumento de potência para 300hp em 5500rpm e torque de 347 lb ft.

Mas a história do Impreza no mundial de Rally começou em 1993, ainda nas antigas especificações (o grupo A) mas na verdade em 1980 a Subaru participou do Safary Rally, na Africa, com o Subaru Leone mas nessa época a participação da equipe era esporádica.

Foi só em 1990 que a Subaru deu o primeiro passo em direção a seus próprios títulos: naquele ano, em parceria com a preparadora britânica Prodrive, foi fundado o Subaru World Rally Team. Até então, as divisões europeia e japonesa da marca competiam em paralelo. Ainda era cedo para saber mas, com a união de recursos humanos, financeiros e técnicos, nasceu uma das maiores forças do WRC

Antes da chegada do Impreza, a Subaru e a Prodrive desenvolveram uma versão de rali daquele que, na época, era o carro-chefe (literalmente) da marca: o Legacy de primeira geração. O chamado Legacy RS WRC não chegou a vencer nada mas, em uma das competições automotivas mais difíceis e concorridas do planeta, um punhado de pódios com o finlandês Markku Alén entre 1990 e 1992 era um excelente sinal. Contudo, o Legacy não teve chance de brilhar como poderia — por uma boa razão: em 1992, um novo Subaru chegou para fazer história nas ruas e nos estágios de rali.

Seu nome era Impreza, e ele era o carro perfeito em uma época na qual os carros de rali estavam ficando cada vez mais avançados, compactos, leves e potentes. Menor e mais moderno que o Legacy, o Impreza foi foco de toda a atenção da Prodrive.

Apesar de existirem versões mais mansas e de tração dianteira, o Impreza é conhecido de verdade pela versão WRX, com motor boxer turbinado e tração integral.

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A temporada de estreia do Impreza foi um ano de experimentações para a Subaru, que também colocou o Legacy e o pequeno hatchback Vivio para correr no WRC para ter certeza sobre qual escolher para as temporadas seguintes. Com um esquema de pintura azul e amarelo patrocinado pelos cigarros State Express 555, fabricados pela britânica BAT e muito populares na Ásia, a Subaru teve um excelente desempenho.

Vale lembrar que, na época, ter fabricantes de cigarros como patrocinadores já era algo proibido pela FIA no WRC. Sendo assim, a Subaru foi ousada e decidiu batizar a equipe como “555 Subaru World Rally Team”, e dar aos carros o “sobrenome” 555. Desse modo, os numerais estampados nas laterais dos carros poderia ser interpretada das duas formas, abrindo uma brecha no regulamento. Contudo, este jeitinho não durou muito tempo e, em algumas etapas, a Subaru trocou os numerais por deltas estilizados que até poderiam ser lidos como 555.

Voltando a 1997, Colin McRae era o piloto principal da Subaru e, carregou a equipe nas costas: das sete vitórias da equipe, cinco foram dele. A Subaru ficou com o título de construtores e Tommi Mäkinen, da Mitsubishi, com a taça dos pilotos — na verdade, o finlandês foi campeão do WRC entre 1995 e 1998 — recorde que só foi superado pelos nove títulos consecutivos de Sébastien Loeb entre 2004 e 2012.

Foi nesta época que a rivalidade entre Subaru e Mitsubishi alcançou proporções estratosféricas.  O desempenho matador de Colin McRae com os carros azuis foi um dos melhores de toda a história do WRC. Não é por acaso que a combinação de cores tradicional do Impreza WRX é azul com rodas douradas, um aceno aos dias de glória da Subaru no Campeonato Mundial de Rali.

fonte: Wikipédia e FlatOut!

No próximo post colocaremos a mão na massa e mostrarei a preparação inicial e as ferramentas utilizadas. Abraço a todos e boas montagens!